segunda-feira, 6 de maio de 2013

254. Comparação dos Demonstrativos PREVI/PETROS

A comparação dos demonstrativos de resultados exige estudos pormenorizados das contas e métodos de cálculo dos valores, bem como das diversas condicionantes e circunstâncias de atuação dos fundos de pensão. Esta minha comparação, portanto, é perfunctória. É mera reflexão e estímulo para que algum especialista produza, talvez, comparação ampla e competente.

O demonstrativo da PREVI oferece o Balanço Consolidado e o Balanço de cada plano separado (Plano de Benefícios 1, PREVI FUTURO e Capec). Já o demonstrativo da Petros fornece apenas Balanço Consolidado de seus 48 planos de benefícios, seis dos quais, ao que deduzo, como o Plano de Benefícios 1 da PREVI, em extinção e de benefício definido.

Esse balanço da PETROS já é, no seu montante, comparável com o do Plano de Benefícios 1 da PREVI. Aquele é do valor de R$66,6 bilhões, enquanto o Plano de Benefícios 1 monta a R$163,546 bilhões.

Entendo que, como o fundo de pensão Real Grandeza, a PETROS também utilizou juros atuariais de 6%, o que lhe confere vantagem de resultados sobre o Plano de Benefícios 1 que adotou a taxa de 5,5%.

O acréscimo de ativo total do PETROS, R$8,7 bilhões, correspondeu a 15,03% do ativo do ano de 2011, enquanto o do Plano de Benefício 1 da PREVI correspondeu a 6,3%.

A distribuição dos investimentos por segmento em dezembro/2011era bem diferente:

          Petros                              Plano de Benefício 1

Renda Fixa                                49,51%                            31,17%
Renda Variável                         36,95%                            60,02%
Inv. Estrut.                                  6,23%                              0,38%
Inv. Imobiliários                         3,27%                              5,11%
Op.com Participantes                  2,70%                              3,24

Vê-se que apenas 0,17% do ativo total da PETROS não estava aplicado, enquanto o Plano de Benefícios 1, como constatamos em texto anterior, apresentava taxa de 1,41%, quase dez vezes mais percentualmente.

Também a rentabilidade, por segmentos, do Plano de Benefícios 1 foi diferente daquela que a PETROS apresenta:
                                  

                                                         Petros                              Plano de Benefício 1         

 Renda Fixa                                24,73%                            17,45%
Renda Variável                           5,68%                              8,12%
Inv.Estruturados                         5,31%                              1,73%
Inv.Imobiliários                          19,05%                          36,53%
Op.com Participantes                  14,39%                          11,45%
Rentabilidade Geral                     15,66%                          12,62%

 Por isso, a rentabilidade geral média das aplicações da PETROS foi de l5,66%, enquanto a do Plano de Benefícios 1 se limitou a 12,62%. Essa diferença de 3% numa aplicação anual de R$153,783 bilhões significa a diferença, para mais, de renda no valor de R$4,613 bilhões, que apareceria na forma de Reserva Especial, para distribuição entre os assistidos do Plano de Benefícios 1 da PREVI.

Assim, insisto que me intrigam as conclusões dessas minhas duas comparações, Real Grandeza e Petros, porque entendo que a PREVI é administrada por funcionários que, nas eleições, brigaram (sustentados por dinheiro e influência política de associações, e até sindicato) por alcançar essas posições diretivas, alardeando títulos e experiência administrativa incomuns, enquanto outros foram indicados pelo Patrocinador dentre aqueles que apresentaram na carreira a mais alta qualificação. Tanto mais que esses administradores devem ser apoiados por trabalho de exímia qualidade, produzido por quadro técnico excepcional. Tudo isso, segundo o organograma ostentado no Relatório de 2012, enquadrado na atmosfera da excepcional supervisão financeira do Patrocinador.

Nada obstante esse reparo, reafirmo que entendo que esse meu sentimento, que tenho o direito, e até acho que tenho obrigação de expressar e comentar, não possui qualificação para desmerecer o resultado obtido por administração produzida por conjunto de tão egrégios atores, em época de mercado financeiro extremamente adverso e de mudança na política monetária nacional.

Largo, neste final, uma observação, talvez até ridícula e desprezível à luz dos conhecimentos técnicos: suspeito que as posições de investimentos do Plano de Benefícios 1 da PREVI apresentem pouca flexibilidade, são morosas para fazer e desfazer.

 

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