“Algo só é impossível até que alguém duvide e acabe provando o
contrário.” Albert Einstein
Tudo passa,
só o passar não passa!... afirmava o
filósofo grego Heráclito, há dois
mil e setecentos anos. Tudo muda!...
é a primeira lição do livro “Sociologia” de Anthony Giddens, professor da Universidade de Oxford, inventor da
Terceira Via do Tony Blair, na época de sua ascensão a primeiro-ministro
inglês, quando apareceu como o grande líder mundial, antes de se perder mancomunando-se
com o Bush.
O Império Britânico passou. A União das Repúblicas
Socialistas Soviéticas passou. A China de Mao-Tsé-Tung passou. Dizem que a
hegemonia econômica e política da Terra se está transferindo do Ocidente para o
Oriente.
Esta sociedade, que hoje existe, não existia na minha
infância. O Rio que hoje existe não existia na minha infância: a praça do
Bairro Peixoto, dizem, era a vacaria de um português, que vendia leite mungido
para a vizinhança!... O Brasil, que hoje existe, não existia na minha infância.
Não se equivoquem. O Banco do Brasil mudou e mudará. A
nossa AAFBB mudou e mudará. A Previ e a Cassi mudaram e mudarão. Lutemos para
que mudem. Já expressei várias vezes as mudanças que eu apreciaria
acontecessem. Quero apenas dizer agora que, na minha opinião, a mudança
fundamental seria a transparência.
Se todas as determinações da Administração da Previ e
da Cassi fossem decididas às claras, diante dos associados, dificilmente elas
discrepariam daquela norma, que o filósofo Emanuel
Kant pensava ser a norma fundamental da conduta do homem civilizado: Age segundo uma máxima tal que possas
querer ao mesmo tempo que se torne lei universal. Thomas
Jefferson expressou-a da seguinte forma: Sempre que fizeres algo, mesmo que ninguém
venha a saber, faze como se o mundo estivesse olhando para ti. Jesus Cristo dizia a mesma coisa de
forma mais simples: Não faças aos outros
o que não queres que façam a ti.
É nisso que muitos governantes e professores famosos
de Economia e Sociologia apreciariam consistisse, sobretudo, a nova ordem, que
se pretende implantar no mundo das finanças. É verdade que alguns chefes
políticos gostariam de ver a interferência ainda maior do Estado nos negócios financeiros.
Afinal os chefes políticos gostam mesmo é de mandar... E quem não gosta?!
Aí aparecem este ano dois norte-americanos agraciados com o prêmio Nobel de Economia,
simplesmente porque demonstraram que as pessoas, quando querem se entender e se
unir, resolvem por si mesmas os problemas, sem necessidade da influência do
Governo.
Estivesse a PREVI sob o comando dos associados, teríamos
nós a insensibilidade de permanecer subtraindo às escâncaras 40% da renda das
nossas viúvas, só para apresentar superávit maior no fim de cada exercício
financeiro?... Precisamente das viúvas, para cuja sobrevivência foi criada a
Previ, há mais de um século, por uma quinzena de colegas admiráveis! Que ironia
dos tempos!
Eu havia conservado em casa, encima de minha mesa de
trabalho, a revista da ANABB de junho ou julho último. Queria trazer aqui para
mostrar-lhes como o governo e a Previ usam o “princípio flex” contra os
beneficiados. Infelizmente, o princípio da higiene, que é forte em minha casa,
deu sumiço naquele periódico. Mas, não quero deixar de alertar para aquele
fato, já que a flexibilidade do
parâmetro de distribuição de benefícios faz parte do pacote das mudanças
que almejaria ver na Previ.
Pois bem, aquela revista da ANABB mostrou como o
Governo e a Previ fizeram um superávit de R$30 bilhões reduzir-se a menos de
R$2 bilhões!... É, meus amigos, segundo entendi, a Previ contribui com essa
redução fixando determinada taxa de correção em 5%, quando lhe é permitido ir
até 6%. Essa taxa quanto mais alta mais favoreceria o superávit e, por isso
mesmo, o Governo já a limita a 6%.
Duas novas taxas de redução do superávit teriam sido introduzidas pelo Governo recentemente. Uma
delas diz respeito ao aumento da expectativa de vida, quando o Fundo de Pensão
dá, aplicadas as normas habituais, elevado superávit. É isso mesmo, você e eu
viveríamos mais, simplesmente porque a Previ alcança superávit considerado
elevado pelo Governo. Isto é, no ano normal eu vivo menos, no ano de elevada
eficiência eu vivo mais!... Está certo, ou não está?...
Agora eu lhes pergunto: se podem usar parâmetro
flexível contra os beneficiários, por que nós beneficiários seríamos tão
utópicos assim, se pretendêssemos parâmetro flexível na distribuição do
superávit nas épocas de elevada eficiência?! A flexibilidade só é política
correta, válida e realista contra nós?...
O Governo, neste semestre, acaba de conceder aumento
de 8,8% a determinadas classes de funcionários públicos. E, (é caso de rir, ou
de chorar?), recusa-se a permitir a distribuição legal de superávit entre os
beneficiários, caso a Previ não estenda as tetas também para o Banco do Brasil.
Estou com Rousseau, Marx, Bakunin, Bertrand Russel, Noam Chomsky e tantos
outros sábios: todo governo representativo se converte numa casta autocrática.
Não é o espetáculo a que assistimos?!
Termino com Mário
Quintana:
Se as coisas são inatingíveis... ora!
Não é motivo para não querê-las...
Que tristes os caminhos, se não fora
A presença mágica das estrelas!
Nenhum comentário:
Postar um comentário