quinta-feira, 22 de agosto de 2019

461.O Homem, Esse Animal Insaciável



A Humanidade é um verme terráqueo! Vive num ponto insignificante, indistinto, desse vasto espaço universal sob a ameaça de destruição de todos os tipos, desde os mortíferos ataques dos microrganismos, passando pelas ameaças de suas próprias armas de guerra atômica; pelo elevadíssimo nível da temperatura climática, atingível, segundo previsões de alguns entendidos, ainda em pleno intervalo da expectativa de vida da jovem geração humana atual, grau abrasante do hábitat natural que condicionou a explosão da própria vida humana sobre a paisagem terráquea; até pelos prováveis gigantescos impactos de asteroides; e findando nos mais que antevistos formidandos entrechoques galácticos; ou em hipercolossal tragada do vizinho  buraco negro da Via Láctea..

O destino da Humanidade é com certeza o fim, numa data, espera-se, longínqua, se a Humanidade, sobretudo, as lideranças políticas, tiver sensatez suficiente, e os pesquisadores científicos e os técnicos inventores possuírem a competência exigida para o perfeito exercício de suas atividades desbravadoras do desconhecido e construtoras do progresso. É, por isso, que não me canso de valorizar o profundo pensamento estoico de Virgílio, o monumental vate latino: “Feliz o homem que compreende a existência e controla toda a sua angústia, o inelutável destino e a tragédia da morte!”

O Homem é verme terráqueo de tremendo poder imaginativo que, destaca Yuval Noah Harari, conseguiu utilizá-lo para eliminar outras espécies animais até fisicamente muito mais poderosas e outras espécies humanas, e, assim, reinar soberano neste minúsculo e insignificante ponto do Universo! Esse poder imaginativo, que elabora instituições de formidável poder criativo e adequado a circunstâncias e propósitos, explica toda a História da Humanidade, especialmente esta última fase, a atual, a Era da Modernidade, estes últimos seiscentos anos dos já duzentos mil anos de existência do Homo Sapiens.

E esse extraordinário poder imaginativo é utilizado permanentemente na tarefa ininterruptamente empreendida para sua sobrevivência, de sorte tal que, no estudo da Economia, afirma Thomas Sowell, a primeira lição é sobre a escassez, observação comprovada na exposição dos manuais dos grandes mestres atuais da matéria, como Krugman e Mankiw. Fato esse explicável por aquele outro, que já consideramos em texto anterior, a Economia radica-se na Psicologia.

Como escassez, se hoje os celeiros se acham abarrotados de alimentos e os armazéns repletos de todo tipo de produtos, até mesmo o vizinho espaço aéreo e a estratosfera são ocupados continuamente pelo Homem e seus mirabolantes artefactos, que satisfazem até os mais estranhos desejos humanos?! É que o homem é um ser insaciável, que passa de um desejo a outro, em permanente estado de necessidade. Até no sono, estado de inconsciência, está em processo de satisfação de uma necessidade. Cada instante da vida humana é a fruição de um bem, a satisfação de uma necessidade, a consecução de uma vantagem. Até o suicídio é a fruição de uma vantagem, de uma utilidade! A Economia se enraíza profundamente no fenômeno psíquico da motivação, aspecto sob o qual os livros modernos de Psicologia estudam as decisões humanas, alheios estes ao conceito tradicional do livre arbítrio, conceito fundamental da Economia liberal, do liberalismo econômico!

O liberalismo econômico funda-se num fenômeno psíquico cuja engrenagem anatômica e fisiológica o homem ainda nem sabe explicar perfeitamente. A vida humana é entendida pelo economista como continuo encadeamento de decisões por obter vantagens, as coisas mais úteis para realizar a vida da forma mais plena e feliz a cada instante, após ponderar o que usufruir e o que renunciar a cada momento da vida, exatamente porque a cada instante da vida há um limite de fruição: não posso tudo fruir ao mesmo tempo. O tempo é limitado para o exercício pleno da vida! O tempo é o bem escasso por excelência!  

A vida é um encadeamento de decisões, de opções, de aquisições e de renúncias. A Economia, a produção e a distribuição dos bens, é dele consequência, na forma que hoje existe, a economia de mercado, da troca de bens entre os indivíduos, e fulcra-se exatamente nesse ponto nevrálgico das relações humanas: o homem sábio procura a cada instante extrair a maior utilidade do momento presente. Lucro máximo a cada decisão, a cada instante da vida!

Exatamente a máxima que outro grande vate latino, Horácio, legou imorredoura à posteridade e, já adulto, com ela me deparei esculpida no alto da parede de entrada de pequeno negócio em modesto shopping center de Copacabana: “carpe diem!” Usufrui ao máximo do dia de hoje! 

Ciência e arte poética se agregam para fundamentar, em ainda obscura área do conhecimento psicológico e neurológico, toda a doutrina do liberalismo econômico que determina a estrada da vida para bilhões de pessoas, vida feliz, com a satisfação de todos os desejos para alguns, ou vida infeliz, com a privação da satisfação das necessidades mais básicas da vida para muitos!!

A Vida é luta permanente, de todos os instantes, contra a tragédia cotidiana da incerteza! A vida é a angústia, de todos os instantes, da fruição de um presente feliz, o mais feliz, que se prolongue por um futuro de dimensão irremediavelmente incerta!  A morte é certa, certo o fim dessa maravilhosa cornucópia  de incessante turbilhão de luzes, cores, sons, odores, sabores, realizações, fantasias e passatempo, em que consiste a Vida, construção e conquista individual de cada ser humano, mas incerto o seu instante!







7 comentários:

  1. Sr. Edgardo
    Parabens pelo belo e verdadeiro texo.

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  2. Obrigado, Estimada Socorro. Suas palavras estimulam o meu diálogo.
    Edgardo

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  3. É para ler e guardar(Ctrl-C/Ctrl-V). É, ao mesmo tempo, um manual, para destrinchar a maravilhosa e misteriosa máquina da vida, e uma verdadeira oração, para suportar a nossa caminhada irremediavelmente finita.

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  4. Obrigado, estimado diretor. Esses textossão para meu neto que este ano iniciou o curso de Economia.
    Edgardo Amorim Rego

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  5. [...] A queda da bolsa a 96.000 pontos e o dólar à 4,15 é muito ruim para a Previ. As ações da Vale caíram para 42,00, as da Petrobrás para 24,00, as do BB para 45,00.  Estrangeiros saindo da bolsa em disparada. Indícios de pânico.  

    - Doutor Medeiros, colegas de chat,

    Classificamos o fragmento de texto acima como representativo de algo como o "PREÇO", não como o "VALOR". Neste sentido, "colamos" no blog TERCEIRA VIA, o seguinte:

    "TEXTO C.10.

    Na tentativa de demonstrar que as ações de “eToys” tinham um “preço” e um “valor” selecionamos duas assertivas do fragmento de texto acima, conforme se segue:

    •[...] Apesar destes dados, no final de 1999, eToys foi avaliada na Bolsa de Valores em 1/3 a mais do que a gigante de brinquedos dos EUA!

    •[...] Os anos seguintes provaram que ambos esses dois julgamentos eram igualmente errôneos. eToys declarou falência em março de 2001, com suas ações valendo apenas alguns centavos, ao passo que Toys “R” Us firmou parceria com a Amazon para desenvolver com sucesso seu negócio online.

    O primeiro fragmento de texto acima vamos classificar como sendo representativo do “preço”. Neste sentido, pensamos que tal fragmento de texto se encaixa em certo conceito encontrado na literatura técnica que vimos no início do presente item, conforme a seguir relembramos:

    [...] os ativos crescem sem qualquer conexão física com a economia real e a diferença pode tornar-se POTENCIALMENTE INFINITA. (45)

    Por outro lado, pensamos que o segundo fragmento de texto se ajusta ao conceito de “valor”. Neste sentido, tal fragmento de texto se equipara ao seguinte aforismo encontrado na literatura técnica:

    “Price is what you pay. Value is what you get!” (24) "

    - Logo, enfatizamos mais uma vez, que o fundo PREVI deve ter uma política de alienar todas as ações de "grande liquidez"* atualmente em carteira (Agosto / 2019) sob pena de enormes prejuízos para uma comunidade de aproximadamente um milhão de pessoas.

    Trader anônimo

    *Vale, Petrobras, etc.

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  6. Prezado Trader anônimo
    Suspeito que os recursos da PREVI tentam sustentar o valor de algumas ações no mercado bursátil e fora dele.
    Edgardo Amorim Regp

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  7. Prezado Doutor Edgardo Amorim Rego,

    Demonstramos que as ações de "grande liquidez", como Vale e Petrobras são simples veículos usados para transferência de riquezas. Ademais, logramos demonstrar que os extravagantes "preços" alcançados por tais títulos são o fruto de manipulações. Por fim, mas não menos importante, demonstramos que a Tendência Irreversível de Baixa da Bolsa Brasileira.

    Trader anônimo

    de Valores

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