quinta-feira, 5 de setembro de 2019

463.Opinião Solicitada Sobre Reportagem da Televisão Alemã.


Um fulaninho da televisão alemã fez, recentemente, ousada crítica à pessoa, ao governo, e, sobretudo, à política econômica do Presidente brasileiro, Jair Messias Bolsonaro, no tocante à Amazônia Brasileira. Um vídeo dessa reportagem anda rolando por este Brasil e chegou ao meu computador, com solicitação de opinião sobre o conteúdo.

A Alemanha é país com longa e brilhante tradição de conhecimento científico. O nível médio de conhecimento de sua população é dos mais altos do mundo.  Esse vídeo provoca-me a suspeita de que também o povo alemão apresente a mesma deficiência que, diz-se, é dela afetado o povo norte-americano: culto, mas deficiente nos conhecimentos geográficos e históricos mundiais.

Com efeito, o Brasil é um país do hemisfério sul. A Amazônia Brasileira acha-se totalmente no hemisfério sul. As geleiras do Polo Antártico aí estão robustas, intactas. As geleiras que se derreteram foram as do Polo Ártico, e, de tal monta que os lindos ursinhos brancos estão experimentando muita dificuldade de sobrevivência,  porque não mais encontram gelo em quantidade suficiente para sustenta-los na superfície alvíssima e solitária do Oceano Ártico.

É-me difícil entender, com o pouco que conheço de Termologia, que as fogueiras de São João e São Pedro, ora acesas na Amazônia, principiem por liquefazer o gelo do Polo Ártico, prejudicando a existência dos ursos lá longe, no extremo norte do planeta, deixando sólido e robusto para o desfrute de pinguins, focas e lobos-marinhos o gelo do Polo Antártico!

Muito mais contíguas ao Polo Ártico, a geografia econômica me localiza destruidoramente escancaradas as gargantas das fornalhas industriais e domésticas do Canadá, Estados Unidos, México, Inglaterra, Irlanda, Islândia, Irlanda, Reino Unido, França, Alemanha, União Europeia, Países Escandinavos, Rússia, China, Coreia do Norte, Coreia do Sul, Índia e Japão, movidas a carvão, a energia mais poluente, e petróleo também consideravelmente poluente, bem como os motores de seus milhões de  veículos  que rolam sobre as estradas, cruzam os mares e riscam de negro o azul do ceu.

Penso que mais ameaçadora para a Vida, neste planeta, que tudo isso, é a utilização da energia nuclear, especificamente como arma de guerra, que se disseminou. Mas, não deixo de considerar ameaça, mesmo o seu uso pacífico, como esse, que está promovendo a Rússia, de uma estação energética atômica agora circunavegando precisamente o Polo Ártico, mesmo após a explosão da cidade de Cernobyl, há poucos anos,  e, na semana passada, a explosão de uma unidade da marinha russa, aparelhada de arma nuclear,  no norte daquele país, nas vizinhanças da região ártica!

Merkel reclamou? Macron iniciou um processo de convocação mundial para desarmar o mundo, pelo menos de artefatos bélicos atômicos? O insignificante jornalista alemão tentou ridicularizar Putin, Trump, Merkel, Macron?

A resposta é respeito ao poder destruidor? Interesse? Vantagem? Medo? Ou covardia?

A história da Europa é uma história de devastação da vegetação (Nederland, Holanda, significa terra de floresta, onde hoje só existe água!) e de guerra fratricida. Creta e Tebas foram destruídas pelos gregos; Esparta e Atenas se arruinaram numa guerra fratricida; a Grécia foi transformada em Império Helênico por Alexandre; o Império Helênico foi ampliado em Império Romano pelos romanos; os povos germânicos destruíram o Império Romano; os principados cristãos levaram a destruição ao mundo muçulmano, inundando de sangue até o joelho dos combatentes o próprio famoso templo cristão de Santa Sofia; o mapa político europeu foi construído mediante guerras de 100 anos, 30 anos e 10anos. Os europeus saíram pelo Mundo pilhando, matando e escravizando orientais, africanos e ocidentais, inclusive devastando florestas. Recentemente, no século passado, transformaram suas querelas regionais em duas conflagrações planetárias com dezenas de milhões de mortos e devastação ecológica; nos últimos séculos promoveram ideologias a pretexto das quais eliminaram milhões de pessoas.   

A França, o país governado pelo Presidente Macron, o líder da Cruzada contemporânea contra o Presidente Bolsonaro, do Brasil, registra varias  páginas gloriosas na História da Civilização, como o Iluminismo e a Revolução Francesa, mas igualmente outras deprimentes, entre elas, a  Cruzada das Crianças, no século XIII, quando um visionário arregimentou umas 50.000 crianças, que atravessariam a pé o Mar Mediterrâneo para destruir as muralhas de Jerusalém, ao som de trombetas, como abatidas teriam sido as muralhas de Jericó, e essas crianças acabarem mortas ou escravizadas pelos muçulmanos, transposto o mar em embarcações; o martírio de sua maior heroína, santa Joana d’Arc da Igreja Católica, padroeira da França, sentenciada à morte, queimada numa fogueira; a guerra fratricida religiosa, católicos contra huguenotes, com milhares de vítimas; a morte na guilhotina de um rei e uma rainha; um período de governo apelidado de Terror, quando milhares de cidadãos foram guilhotinados simplesmente  por terem nascido nobres; um militar que, no olho do furacão democrático da Revolução Francesa, se arvorou a rei, disseminou a morte de centenas de milhares de pessoas pelos campos de batalha da Europa, para retornar da Rússia, humilhado e derrotado, para seu país; país que enriqueceu e se tornou potência mundial promovendo, durante séculos, expedições  de pirataria pelos quatro cantos do planeta; formou um império colonial ao redor do Mundo, exterminando e escravizando populações militarmente desprotegidas; nação que colaborou para erradicar quase que a totalidade da Mata Atlântica brasileira;  e, em pleno, século XX, um general, herói nacional e presidente da França, renunciou ao seu direito por acordo internacional do sistema monetário, acomodando-se a abusivo ato de descumprimento pelo presidente dos Estados Unidos, de tal monta que provocou a substituição do sistema monetário internacional!.

Especificamente, nesse assunto de economia sustentável, entendo que os países centrais, o punhado deles que manda no mundo e orienta os acordos no sentido dos seus interesses, de fato miram redução da poluição atmosférica e da elevação da temperatura mundial, mas sem prejudicar a marcha do seu progresso, enquanto impedem o próprio desenvolvimento e exploração das potencialidades pelas nações periféricas desarmadas, pacíficas como o Brasil, tolerando concomitantemente que as nações periféricas armadas façam o que bem entendam sem qualquer reação inibidora da parte deles, salvo quando se sentem efetiva e claramente ameaçados, como são os casos das tensas relações dos Estados Unidos de Trump com a Coreia do Norte e o Irã.

O Brasil é um país pacífico por opção, por idealismo, por norma constitucional, o artigo 4º:
“A República Federativa do Brasil rege-se nas suas relações internacionais pelos seguintes princípios: 
I - independência nacional;
II - prevalência dos direitos humanos;
III - autodeterminação dos povos;
IV - não-intervenção;
V - igualdade entre os Estados;
VI - defesa da paz;
VII - solução pacífica dos conflitos;
VIII - repúdio ao terrorismo e ao racismo;
IX - cooperação entre os povos para o progresso da humanidade;
X - concessão de asilo político.

Parágrafo único. A República Federativa do Brasil buscará a integração econômica, política, social e cultural dos povos da América Latina, visando à formação de uma comunidade latino-americana de nações.”

O Brasil, que optou pelo Estado da Civilização, está sendo ameaçado pelo poder econômico e bélico dos povos bárbaros da Europa, açambarcadora da riqueza mundial numa época da História e atualmente munida de poder atômico capaz de destruir o planeta Terra! É possível que antes disso se assista à deglutição da União Europeia pelos atuais invasores, os povos bárbaros da África e do Oriente!...

O Brasil ufana-se de sua Constituição e de governos que cumprem os compromissos internacionais justos e que permitem desenvolver suas potencialidades econômicas para o bem dos brasileiros e da Humanidade, direito que cada nação detém, não restrito a apenas algumas, as mais militarmente poderosas, que ora abusam desse poder militar e político, prejudicando o bem estar dos países periféricos.

6 comentários:

  1. Excelente comentário, pena que fique restrito a poucos para esclarecimentos maiores. Um abraço. Édulo Santana

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  2. Obrigado, Édulo. Sua apreciação e um estímulo a que se manifeste o que se pensa.
    Edgardo Amorim Rego

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  3. Ótima explanação da real situação do momento atual da humanidade! Como sempre a força e o poder vem dominando o mundo. Os poderosos fazem o que querem e o que lhes interessa...Exemplo triste também é a ONU que apesar do poder e do dinheiro não resolve os inúmeros conflitos que vem ceifando milhares de vítimas inocentes...

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  4. brigado, ilustre Unkrnown, pelo elogioso comentário. Não me acho solitário neste ainda belo planeta azul, apesar das contínuas tentativas por afeá-lo.
    Edgardo Amorim Rego

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  5. Caro Edgardo Amorim Rego,

    Poucas vezes me deparei com um texto tão realista, direto, honesto e corajoso.
    Parabéns.
    Votei no Bolsonaro. Fui um voto anti PT. Reconheço que ele é impetuoso, fala demais, às vezes usa linguajar impróprio mas foi a melhor opção nas eleições.
    Não enxergo nada melhor pela frente, a não ser o General Mourão.
    O desencanto com os políticos é muito grande.
    Parabéns sinceros pelo seu excelente artigo.

    Abraços deste amigo e admirador

    Adaí Rosembak

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  6. Adaí
    Estou com você e com o General Mourão.
    Um abraço fraterno do
    Edgardo

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