Acabo
de ser agraciado, um lustro passado, com o segundo presente de príncipe,
“Arrastão de Textos”, última produção, publicação do corrente ano pela editora
Imprimatur do Rio de Janeiro, da obra literária de Carlos Trigueiro, que é
estudada em escolas e universidades norte-americanas como o são as de Garcia
Marques, Pablo Neruda e Jorge Luis Borges. Esta segunda joia, recebi-a pelo
Correio. Já a primeira, “Meu Brexó de Textos”, deixou-me o autor aqui na
portaria do meu prédio, no início do ano de 2014.
Naquela
época, sob o impulso da emoção, que a leitura do livro me suscitara, redigi uma
apreciação da obra literária de Carlos Trigueiro que não ousei dar publicidade,
porque reconheço que não possuo qualificação para produzir análise literária.
Nada obstante, como manifestação de minha admiração pela obra e pessoa do amigo
e literato Carlos Trigueiro, ouso dar publicidade agora, incluindo-me
humildemente entre a legião de admiradores da genialidade do autor de “Arrastão
de Textos” e “Meu Brexó de Textos”:
Aqui,
em “Arrastão de Textos”, o leitor apaixonar-se-á por Rex, o amigo canino do
autor que se tornará irremediavelmente amigo eterno do leitor, graças a um
desses “capítulos inesquecíveis” que o escritor, crítico, músico e professor
Victor Giudice disse Trigueiro compor. Na opinião do multiartista, pintor,
crítico, escritor, ator, roteirista e cineasta W. J.Solha, a leitura das obras
de Carlos Trigueiro é a leitura do melhor da contemporânea literatura
brasileira. O editor, crítico, jornalista e escritor Luís Antônio Giron afirma
que Carlos Trigueiro, em “O Livro dos Desmandamentos” comete um ato literário
perfeito. Opinião também abraçada pelo escritor e poeta Paulo Bentancour: “...é
um dos melhores lançamentos dos últimos anos no país,,, O resto do país que
trate de ler Carlos Trigueiro. Terá descoberto um grande escritor...” E o
poeta, escritor, crítico e professor Affonso Romano de Sant’Ana repete
semelhantes elogios: “Carlos,..., foi uma boa surpresa a leitura do seu livro.
Você é um escritor e tanto... Você constrói um ambiente brasileiro,
latino-americano, e não há como não estabelecer vínculos com a melhor
literatura continental, sem que se trate de submissão criativa, e sim de
linhagem ficcional... Aquele capítulo das Virgens...é magnífico na sua rudeza e
quase meiguice agreste... Apenas para adiantar o meu entusiasmo. Você... tem
mesmo uma obra a ser mostrada a quem tem interesse em literatura de verdade.
Parabéns.” O jornalista, repórter, cronista, cinéfilo e editor Araújo Neto
deliciou-se na leitura de “O Livro dos Ciúmes”, onde identificou: “poesia da
melhor..., erotismo de bom gosto, drama...boa comédia popular..., e até uma
crônica admirável do Rio de Janeiro... Um Rio de Janeiro que parece descrito
novamente pelo ectoplasma do melhor Joaquim Maria Machado de Assis...”
Carlos Trigueiro é um aposentado do
Banco do Brasil, formado em Administração pela Fundação Getúlio Vargas e
pós-graduado em Disciplinas Bancárias pela Universidade de Roma. Ele deixou registrada
brilhante trajetória funcional no Banco do Brasil, trabalhando entre l964 e 1996,
na agência de Roma e nos escritórios de Madri, Macau e Chicago. Cidadão
brasileiro e do Mundo!
Lá pela década de 80 do século passado,
tomei conhecimento da existência de certo colega já famoso por obras literárias
de reconhecido valor, Carlos Trigueiro, e que trabalhava no exterior.
Conhecê-lo pessoalmente, porém, só muito recentemente, pelos meados do ano de
2012, que o vi, sentado à mesa da Diretoria, em determinado almoço mensal na
AAFBB, aqui do Rio de Janeiro, alvo, é claro, das justas homenagens que na
ocasião lhe prestamos.
Mais recentemente, sentamos à mesma
mesa, juntamente com Rui Brito, no almoço de fim de ano, em dezembro de 2013,
para congraçamento dos associados, promovido pela AAPBB, então presidida pelo
intrépido colega e amigo Adrião. Trigueiro fez-me, nessa época, o presente do
último livro seu publicado, “Meu Brechó de Textos”, cuja entrega ocorreu, aqui
mesmo na minha residência, dias depois, já em janeiro.
Acabo de ler essa joia de obra
literária. Evidente que não ouso produzir uma apreciação desse tipo de
trabalho, porque careço de competência para tanto. Mas, nada obstante, quero
deixar aqui expresso que me impressionou a elegância, diria clássica, da frase.
Experimentei a impressão de que aquelas narrativas estariam sendo escritas por
um príncipe da literatura, um Raul de Leoni ou um Olavo Bilac.
Mais que isso, brota da prosa e dos
versos a imagem de uma pessoa altamente culta e com extraordinária percepção e
sensação da angústia existencial humana, onde o leitor se defronta com
ressonâncias da inquirição genial de vultos
históricos como Schopenhauer, Kierkegaard, Heidegger, Sartre e Karl Jaspers.
Proporciono-lhe, amigo leitor, a oportunidade de, como eu, experimentar quão
profundamente Carlos Trigueiro se acha mergulhado, a exemplo dos grandes
dramaturgos gregos, no âmago da tragédia existencial do Homem. Veremos o nosso
eminente colega tal qual me parece ser: um homem da modernidade totalmente
imerso na realidade atual da pós-modernidade e com ela assombrado.
Assim ele se mostra em suas citações:
“É
proibida a entrada a quem não andar espantado de existir!” (José Gomes
Ferreira)
“Por
que é que este sonho absurdo a que chamam realidade não me obedece como os
outros que trago na cabeça?”
“Ouçam
a longa história de meus males, e curem a sua dor com a minha dor, que grandes
mágoas podem curar mágoas.” (Camões)
E o próprio Trigueiro se revela: “...
hoje sou apenas menestrel das minhas
inquietações, imperfeições e fraquezas”. É exatamente assim que ele se
apresenta: escritor, mais sensibilizado pelo fenômeno da fugacidade da vida
humana do que pelo do anseio da imortalidade!
Mas, essa personalidade, que tentei delinear
a meus amigos, se revela esplendorosa em versos extraordinariamente comedidos,
elegantes e profundos, joias produzidas com o fabuloso domínio da matéria pelo
cinzel mágico e preciso de um joalheiro de sonhos, de rara destreza:
“Tenho
as mãos cheias
De
anseios molhados,
De
suores destilados
De
sonhos desfeitos
Em
lençóis sem leito.”
“Daí a frieza nos túmulos:
Início
e fim.
Acabou-se.
Entre
as datas,
Há
um intervalo
Que
representa tudo,
Mas
vira nada,
Desaparece,
Não
deixa resto,
Fica
vazio.
Esse
vazio é o que a vida foi.
E
como o que foi já não é –
Esse
vazio, um intervalo
Entre
datas,
É
o mistério da vida.”
Depois
de ler esse livro, um foco de luz me explodiu na mente como um fogo de
artifício: Grande escritor, o meu colega e amigo, Carlos Trigueiro!”
Leiamos
Carlos Trigueiro. Torna-nos-emos mais gente, imperceptivelmente, e de forma
magicamente prazerosa.
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