sábado, 16 de maio de 2009

123. Câmbio e Economia (continuação)


Já vimos que o sistema cambial de taxas fixas tem a virtude anular de tal forma os efeitos da elevação e queda dos preços da moeda no mercado de câmbio, que faz o mundo internacional funcionar como se não houvesse diversas moedas. As trocas se processam como se existisse moeda única, onde as oscilações de preço são resultado apenas das forças da oferta e demanda no mercado de bens e serviços.
O FMI tinha, então, e ainda tem hoje papel preponderante na solução daqueles problemas de curto prazo que obstruem um país-membro de se beneficiar das vantagens do mercado internacional e que bloqueiam os demais membros de desfrutar os bens e serviços produzidos por cada país-membro. Ele impede também que um país-membro empregue meios outros, como o subsídio ou práticas abusivas de desvalorizações da moeda, que prostituem o mercado internacional de bens e serviços, e instauram um clima de guerra comercial, em substituição ao saudável convívio da competitividade via eficiência, que é a estrada adequada para o progresso.
Façamos uma rápida digressão. Não se confundam competição e guerra. Guerra é a violência e a destruição. Competição é procedimento usual, pacífico e nobre de atuação de indivíduos diferentes na sociedade, para o maior progresso de todos os indivíduos segundo os critérios de competência e produtividade. A competição não destrói ninguém. A competição é a melhor forma de organização da sociedade e de designação de funções para cada indivíduo consoante suas qualidades. A competição permite também a melhor realização dos projetos individuais no quadro geral da sociedade livre, respeitadas as diferenças individuais. A competição é a transposição para a sociedade humana da lei geral da seleção natural que dirige a evolução e garante a sobrevivência dos seres orgânicos. A competição, ao contrário da guerra, é construtiva, altamente benéfica para os indivíduos e a sociedade.
(continua, palestra proferida no ano de 1988)

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