quarta-feira, 23 de janeiro de 2019

432. Acho Que Isso Se Chama Justiça (Texto lido no almoço mensal da AAFBB, de julho de 2009)


Colegas e Amigos.

Hoje, quero lhes dizer que nem todos os meus sonhos de mudança na gestão da Previ e da Cassi são tão visionários assim.

Entre as minhas insatisfações está aquela contra a taxa de reajuste dos benefícios. Venho insistindo que ela deveria ser flexível: mais alta nos exercícios mais produtivos e mais baixa nos exercícios menos eficientes.

Vejam o que nos foi revelado pelo último número da revista da ANABB: a Previ e o Governo usam essa técnica flexível contra nós!...

Atentem para o relato da ANABB:

Primeiro:
Há uma curiosa taxa que influencia os resultados da Previ: mais alta a taxa, melhor o resultado. Por isso mesmo, o Governo permite ir só até o máximo de 6%. A Previ, por sua conta, usa a taxa de 5%. A Previ vai contra nós. Taxa flexível contra nós, os beneficiários...


Segundo:
O Governo manda respeitar a expectativa de vida oficial. Mas, o Governo também ordena que se aumente um pouco a expectativa de vida, nos exercícios com elevado superávit. Isto é, nós possuímos duas expectativas de vida: a do brasileiro normal e a dos associados de fundo de pensão altamente superavitários!... Expectativa de vida flexível, contra nós, os beneficiários!

Terceiro:
A Previ, seguindo as normas estabelecidas pelo Governo, vinha calculando os resultados e encontrando dezenas de bilhões de reais de superávit: se não estou enganado, cerca de 40 bilhões de reais. O Governo, agora, diante dos altos superávits, introduziu exigências novas tais, redutoras dos resultados, que esse superávit praticamente desaparece, reduzindo-se a menos de dois bilhões de reais. Arranjos financeiros e contábeis flexíveis contra nós, os beneficiários!

Se há tantas medidas flexíveis contra os beneficiários, por que não pode haver taxa flexível a favor dos beneficiários, taxa mais alta de  reajuste dos benefícios, em época de fartos superávits?!

Há muitas cidades nos Estados Unidos e na Suíça que não têm governo. Elas são governadas pelos residentes. Muitos Estados norte-americanos adotam o plebiscito para legislar sobre diversos assuntos. Na Constituição Brasileira existe o plebiscito, que os nossos representantes não gostam de usar. Muitas empresas no mundo inteiro são cooperativas.

Por que Previ e Cassi não podem ser administradas de forma cooperativa?

A PREVI demonstrou satisfação com a criação da Superintendência dos Fundos de Pensão, criada no INSS. O Senador Aloysio Mercadante conseguiu, na Comissão de Constituição e Justiça do Senado, aprovação do seu projeto de um Fiscal do Governo nos fundos de pensão. Será que esse aumento do grau de interferência do Governo nos Fundos de Pensão prenuncia um futuro melhor para os beneficiários?

A Presidente argentina, Cristina Kirchner, recentemente fez a falida Previdência Argentina absorver os recursos dos fundos de pensão. Gorbachov, na década de 80, iniciou o movimento da Perestroica, cujo processo terminou com a eliminação do comunismo russo, porque os cidadãos precisavam de fiscais, os fiscais dos cidadãos precisavam de fiscais, os fiscais dos fiscais dos cidadãos precisavam de fiscais, e assim na Rússia da década de 80 havia mais fiscais do que trabalhadores.
E aqui no Rio de Janeiro, a população precisa de polícia, a polícia precisa de outra polícia, porque o crime não diminui: ao contrário, aumenta.
E em Brasília: será que o Governo não está precisando de fiscal?

Infelizmente, não estão querendo compreender: não precisamos de fiscais, precisamos de transparência:

Vivamos às claras e muito, muito mais honestos todos seremos.


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