A História da Civilização apresenta três datas magnas.
A primeira é a própria data inicial da História, entre três mil e dez mil anos antes de Cristo, quando o .Homem começou a viver em grandes aglomerações organizadas, as cidades, e inventou a escrita. O nível de vida ainda era então extremamente precário, e tanto que os sábios gregos preferiam a morte à vida, não nascer a viver.
A segunda data magna é o ano do nascimento de Jesus Cristo, o ano zero do calendário mundial. Jesus Cristo é o homem que Paulo de Tarso divinizou e que o imperador Constantino, poucos séculos depois, erigiu a deus único do Império Romano, o império universal do mundo então conhecido. O nível de vida continuava bem baixo ainda. Tanto assim que o cristianismo entende que existem duas vidas, a vida terrena transitória e a vida celeste eterna. A vida terrena é época de provação e passageira. A vida celeste é eterna e definitiva. A vida terrestre é vida de provação, onde cada indivíduo humano deve viver segundo as normas de vida impostas por Deus. Os que as observarem irão, através da morte, para a vida celeste perpétua, gozar da companhia de Jesus Cristo, a perfeição infinita, a felicidade eterna. Os que não observarem as normas divinas de vida humana não serão admitidos na companhia de deus, Jesus Cristo, depois da morte; ficarão privados eternamente de sua companhia, serão perpétua e infernalmente infelizes. Nada obstante tudo isso, o ingresso no céu não é efeito da vontade, do trabalho, do esforço individual humano. É uma graça divina, uma dádiva divina plenamente gratuita, à qual nenhum indivíduo humano tem o menor direito, o menor merecimento. Muitos são chamados e poucos os escolhidos.
A vida terrestre, pois, segundo o pensamento da segunda fase da História, é época de provação, não época de felicidade. A felicidade está na vida celeste, após a morte, é um prêmio, uma dádiva de Jesus Cristo, e somente para poucos, os escolhidos, os amados de Deus, Jesus Cristo, um presente inteiramente gratuito, que ele dá a quem ele livremente quer dar e escolhe.
A
terceira data magna é o final do século XVIII, mil e oitocentos anos depois de
Jesus Cristo, época da Revolução Francesa, da invenção do país sem rei, do país
do povo, da Revolução industrial e do Iluminismo, isto é, só tenho certeza de que
existe o que constato aqui e agora, e tudo que constato aqui e agora já é uma
construção mental pessoal e somente minha. Na minha opinião, o filósofo, que
melhor explicou essa época e esse Homem, foi José Ortega Y Gasset, naquela expressão
famosa: “Eu sou eu e minhas circunstâncias.” Eu sou meu DNA e minhas
circunstâncias todas de vida, materiais e sociais. Eu sou o momento presente, as coisas que me
rodeiam e que eu não as conheço em si
mesmas, apenas conheço na imagem interior, mental, que delas formam as
faculdades mentais que possuo. A Razão é a mais perfeita dessas faculdades, cuja
luz deve guiar o indivíduo humano, que é a referência de toda a realidade
existente. O Homem é o mais importante ser sobre o planeta Terra, ser racional
e livre, e a felicidade é um momento
presente, quando tudo no interior e no exterior do indivíduo humano se acha em consonância
com o seu ser. A felicidade é o momento presente de existência, a vida mental
do indivíduo humano em que o meu ser e o mundo em seu redor se acham em harmonia.
Ela é em parte fabricação do próprio indivíduo. A felicidade é qualidade desta
vida terrena passageira, fugaz. A felicidade é resultado das minhas decisões
assim como das circunstâncias de minha vida terrena. A felicidade é
acontecimento existencial pessoal da vida de um indivíduo humano na sua vida
terrena, a única de cuja existência no momento presente se tem certeza que
existe. E só tenho certeza de minha existência agora, neste instante que já
passou!!!
Entendo, pois, o que quis dizer Fernando Henrique Cardoso quando ouviu a máxima de Governo de Bolsonaro (“Pátria acima de todos. Deus acima de tudo.”): “Atraso.” Bolsonaro estava regredindo o Brasil para a época do cristianismo paulino, de Constantino e Jesus Cristo. O Brasil estava regredindo do Iluminismo para a época de Jesus Cristo, mil e oitocentos anos!
O reset global deve ser visto como algo extremamente positivo para a maioria esmagadora das pessoas. Tal afirmação encontra sua sustentação em algo encontrado na Internet: na era da informação a ignorância é uma escolha. Deste modo, o grosso das pessoas vão começar a perceber que estavam sendo enganadas. Consequentemente, algumas instituições sociais vão deixar de existir. Entre as instituições que devem deixar de existir estão a Bolsa de Valores e o fundo de pensão.
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