Alguns pensam que, estabelecido o Estado Grande, uma nação marchará inelutavelmente para o progresso. A História dos nossos dias não convalida essa opinião.
Tenho absoluta certeza de que, pelo menos desde o ano
de 1966, vozes autorizadas e sensatas do meio acadêmico, do meio econômico e
mesmo do meio financeiro se faziam ouvir, vaticinando que a atividade bancária
exacerbada dos empréstimos da subprime e dos derivativos não se sustentaria.
Governo algum tomou providência. Todos os governos
estavam satisfeitíssimos com os resultados auspiciosos do curto prazo, que
alimentavam o próprio marketing de sucesso político. O meio financeiro
norte-americano tocava a música e o resto do mundo dançava aloucado.
Uma instituição, que facilitou a excessiva alavancagem
bancária, responsável por toda essa farra, foi o paraíso fiscal. Ora, o paraíso
fiscal existe, pelo menos, desde a década de 60 do século passado, com o
conhecimento e sob a complacência dos Governos de todos os países.
E os governantes
sabiam e sabem que os paraísos fiscais existem para lá se realizarem operações
bancárias legais e ilegais, sobretudo as ilegais. Entre essas operações
ilegais, além da lavagem de dinheiro e ocultação de patrimônio criminoso, inclui-se
a sonegação de impostos. Vejam só: os Governos faziam e fazem vistas grossas
exatamente a essa burla fiscal.
E há ainda Governos que surpreendem, eles mesmos
praticando burlas inacreditáveis, que conduzem a prejuízos gigantescos à
própria nação e até aos parceiros políticos, como o caso atual do Governo grego
que, poucos anos atrás, para obter o ingresso na União Européia, não teve
escrúpulo algum de contratar peritos financeiros para maquiar as suas contas
públicas. Hoje está aí a Grécia soçobrando sob as conseqüências de sua farsa e
provocando grandes problemas à economia da União Européia.
Estado não é garantia de legalidade, nem de
moralidade, nem de sucesso econômico nem político nem militar. Não existe
garantia absoluta para nada disso. Ainda assim, a maior garantia, que pode
existir para tudo isso e para a sobrevivência de uma Nação, é o alto nível de
moralidade e de cultura de seu povo. Instruir e educar. Educar. Educar. Educar.
(escrito em 02.01.2007)
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