Assim,
Will Durant explica que, quando Otávio vence Antônio, e se torna o grande
general romano, assume, tempos depois, o comando do Senado, como princeps, o
primeiro senador. É ele quem, de fato, comanda o Senado, que aparentemente
representa todo o povo romano. E o Senado lhe confere o título de augustus, ser
sagrado, divindade que produz a expansão, o progresso. Will Durant afirma que
“o próprio Augusto tornou-se um dos principais competidores de seus deuses. Já
em 36 a. C. algumas cidades italianas haviam dado a Otávio um lugar nos
panteões locais; e, 27 a. C. foi o seu nome acrescentado aos dos deuses nos
hinos oficiais em Roma; seu aniversário tornou-se, além de feriado, dia santo,
e depois de morto decretou o Senado que seu genius, ou alma, seria dali por
diante adorado como uma das divindades... Quando... Augustus visitou a Ásia
grega, teve ensejo de ver os progressos de seu culto por lá. Dedicações e
orações exaltavam-no como o “salvador”, “o mensageiro da boa nova”, “deus,
filho de deus”; afirmava-se que em sua pessoa estava o longo esperado Messias,
portador de paz e felicidade ao mundo. Os conselhos provinciais fizeram da
adoração de Augusto o centro de suas cerimônias; um novo sacerdócio, os
Augustais, foi nomeado pelas províncias ou municipalidades para o serviço do novo
deus. Augusto... por fim aceitou, como apoio espiritual ao Principado,...
aquela adoração comum surgida no meio de tantos credos diversos e opostos. E o
neto do banqueiro consentiu em tornar-se deus.”
E
a prodigiosa história dos mártires cristãos da igreja primitiva de Roma tem
precisamente o seu fundamento na recusa daqueles cidadãos romanos de prestarem
o culto de adoração ao Deus, Imperador Romano.
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