Em meados do século XVII EC, quase
século e meio após Maquiavel, Thomas Hobbes escreveu vários livros expondo sua
opinião sobre a vida humana, inclusive a vida em sociedade.
Ele entende que o homem é uma máquina
racional que se movimenta, age, sob impulso dos desejos. O homem é movido,
sobretudo, pelo desejo da vida, da sua preservação. O homem tem horror à morte.
O homem é um ser egoísta, tudo quer para si. Não é altruísta. O homem não é um
animal social, como afirmou Aristóteles. A vida social nem o Estado são
criações divinas nem produto da Natureza, ambos são produts humanos, produtos
culturais.
No seu estado natural a vida é
“solitária, pobre, sórdida, embrutecida e curta... (o terrível mundo ) cada um
por si.” O estado natural do homem é o estado de guerra: homo homini lupus, o
homem é um lobo para outro homem, como afirmou o dramaturgo romano Plauto: “Sem
um poder comum capaz de mantê-los em temor respeitoso, os homens se encontram
naquela condição que se chama guerr, e uma guerra que é de todos contra todos.”
O
homem, pois, que tem horror à morte e deseja a sobrevivência, é levado pelo
instinto, o desejo egoístico, utilizando o instrumento da razão, a evitar o
estado natural de guerra universal, decidindo-se, então, por firmar um
contrato, o contrato social, mediante o qual “todos os homens conferem todos os
seus poderes e toda a sua força a um homem ou a uma assembleia de homens, de
modo que as vontades de todos se fundam numa só vontade.”
Assim, “nasce o Estado, “o grande
Leviatã, ou deus mortal, ao qual devemos, sob o deus imortal, nossa paz e nossa
defesa.” Esse contrato institui o Estado, entidade que só possui direitos, e,
constituído, não pode ser contestado pelos instituidores: “Entende-se que a
obrigação dos súditos com o soberano tem a mesma duração do poder mediante o
qual ele é capaz de protege-los.”
O Estado é legislador, juiz e gestor da
ordem pública, da res publica, deixando “aos indivíduos o cuidado de regular
suas vidas privadas e de usar livremente as próprias capacidades.” Segundo o
Livro da Política, Hobbes pensava
que “O principal objetivo do governo era
a estabilidade e a paz, não a liberdade individual.”
Considera-se autoritária essa fórmula de
Estado, advogada por Hobbes. Assim , Thomas Hobbes concebia , como Jean Bodin,
explanou o absolutismo estatal, com origem natural e divina este, cultural e
humana aquele. E como John Locke, Thomas Hobbes aponta o contrato social como a
origem da sociedade e do Estado: para aquele, origem de um Estado democrático;
para este, de um Estado totalitário.
Reale e Antisei explicam que os dois
conceitos fundamentais do pensamento de Thomas Hobbes são o egoísmo e o
convencionalismo.
(continua)
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