sexta-feira, 20 de fevereiro de 2009

39. O Sonho da Dinastia de Avis


Cavaleiros e cruzados do fim do mundo

Quando D. Henrique, conde de Borgonha e cavaleiro das cruzadas de Afonso VI de Leão contra os mouros de Espanha, casou com D. Teresa, pelos fins do século XI, o pai da princesa lhe doou o condado de Portugal, próximo ao cabo Finisterra: exatamente isso, no fim do mundo e encravado no flanco do Mar Tenebroso.
O filho do conde, D. Afonso Henriques, fez guerra à Espanha, transformando o condado em reino, e aos mouros ampliando os domínios até Lisboa. João, mestre da Ordem de Avis, à frente das classes mercantis, consolidou, em fins do século XIV, o primeiro Estado Nacional da história, que já compreendia o Algarve.
No tempo apropriado, D. João I pensou apresentar os filhos à nobreza européia num torneio que reunisse a elite dos cavaleiros e damas do continente. Os infantes, com o apoio da rainha, contrapropuseram-lhe um empreendimento cavalheiresco, religioso e político: uma cruzada contra os mouros. A conquista de Ceuta, centro comercial muçulmano na África, franquearia ao mesmo tempo o comércio com a África e as Índias, que fazia a riqueza de Veneza. Uma bula papal conferiu-lhe o status de cruzada.
Preparada durante dois anos e logo após a morte da rainha, zarpou de Lisboa uma armada composta de 240 naus, 30 mil marinheiros e 20 mil soldados. Ceuta foi conquistada em apenas um dia.
(continua)

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