domingo, 22 de fevereiro de 2009

41. O Sonho da Dinastia de Avis (continuação)


A Viagem de Cabral

Mal terminados os festejos pelo retorno de Vasco da Gama, e D. Manoel já preparava nos estaleiros de Lisboa uma armada com destino às Índias. Contratou a participação de negociantes, notadamente genoveses e florentinos. Contratou para chefiá-la Pedro Álvares Cabral, militar da Ordem dos Cavaleiros de Cristo. Para o comando das naus contratou nobres militares ou marinheiros experimentados.
Durante dois anos Cabral e os demais comandantes dedicaram-se ao conhecimento do projeto real e a assimilar as informações novas trazidas por Vasco da Gama e seus comandados. Foram contratados pilotos famosos, contramestres e guardas experimentados, marinheiros capacitados, artesãos, carpinteiros, calafates, tanoeiros e soldados. Foram convocados religiosos. Abasteceram-se os navios de alimentos, munições e artilharia, inclusive de ricos presentes para os rajás indianos.
No dia 8 de março de 1500, no período anual apropriado para o início da viagem, a multidão assistiu nas margens do rio Tejo às solenidades da partida da armada, presididas pelo rei. Só no dia seguinte, porém, os ventos favoráveis enfunaram as velas brancas, marcadas pela ampla e vermelha cruz de São Luís, insígnia da Ordem de Cristo, empurrando as 13 naves com 1.500 homens para a aventura oceânica, conscientes de que só uma minoria conseguiria sobreviver, e vantajosamente, aos incidentes e acidentes da viagem: doenças, fome, imundície, calmaria, tempestade, naufrágios, batalhas, calor, incêndio, desavenças, estresse e extravio. Era como jogar na sorte!
A frota passou pelas Canárias e atingiu Cabo Verde em 14 dias de viagem, onde ocorreu o desaparecimento da nau comandada por Vasco de Ataíde, com 150 pessoas. Ultrapassou a região das calmarias equatoriais e completado um mês cruzou o Equador.
(Continua)

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