sexta-feira, 10 de abril de 2009

88. A Cúpula do G20 em Londres


Barack Obama, às vésperas de sua viagem a Londres, para a reunião de cúpula do grupo de países denominado G20, deu uma entrevista à imprensa, onde resumiu o plano de recuperação econômica que ele estava implantando nos Estados Unidos e declarou o que ele esperava obter da parte dos outros países, com o objetivo de remediar a crise econômica mundial de nosso tempo.
Ele praticamente esclareceu que utilizará nisso os recursos que lhe são indicados pela ciência econômica de nosso tempo: as medidas de ordem monetária e as de ordem fiscal.
O Federal Reserve Bank manterá baixa a taxa de juros. O governo concederá ajuda aos compradores de imóveis endividados e promoverá a compra dos chamados ativos tóxicos dos bancos. Estas duas últimas medidas, conquanto não se incluam entre aquelas geralmente contempladas pela política monetária, pretendem eliminar os entraves mais importantes, no momento, para a restauração do nível desejável da atividade financeira.
Os bancos hipotecários norte-americanos, durante os últimos anos, financiaram a compra de imóveis a pessoas que não possuíam condições de pagar as prestações do financiamento. As companhias de seguro deram garantias de pagamentos para esses devedores. Os bancos e outras instituições financeiras norte-americanas compraram as promissórias dessas prestações e fabricaram, com base nelas, papeis de depósito que venderam no mundo inteiro, os famosos derivativos.
Enquanto essa fábrica de dinheiro funcionou tudo estava a mil maravilhas. O Brasil exportava. A China apresentava crescimento econômico maravilhoso. Os países produtores de petróleo vendiam-no por preço exorbitante. Camadas de populações outrora pobres se sentiam felizes e abastadas. Os Estados Unidos tocavam a música e os demais países do Mundo dançavam. Todos estavam felizes, todos os governantes do Mundo...
Mas, as promissórias não pagas foram-se acumulando nas seguradoras e nos bancos norte-americanos e do Mundo inteiro. Estes ficaram sem condições de emprestar e aquelas de garantir. Os bancos hipotecários e as seguradoras quebraram. Os grandes bancos norte-americanos, como o City Bank e o Bank of America, ficaram com papeis sem valor e perderam muito dinheiro. Os bancos passaram a emprestar muito menos. As pessoas passaram a comprar menos e as empresas a produzir menos. Nos Estados Unidos e no Mundo inteiro. Até os negócios do petróleo diminuíram e os preços do petróleo desabaram.
A China ainda continua com alto nível de desenvolvimento. Dizem que o mundo agora passou a ser novamente bipolar, comandado pelos interesses dos Estados Unidos e da China. E, dizem também, num futuro já alcançado pela especulação humana, os Estados Unidos cederão, enfim, a hegemonia mundial à China.
Obama, como vemos, tenta resolver o problema norte-americano. Tenta reativar a economia dos Estados Unidos. Dá auxílio financeiro governamental aos endividados por hipoteca para que quitem suas dívidas e aos bancos também, comprando os papéis que o mercado rejeita.
Há ainda o famoso plano de recuperação e investimento, aprovado pelo Congresso dos Estados Unidos, onde o governo aplicará quase um trilhão de dólares em saúde, educação e energia. Esta é a parte que mais me entusiasma. O projeto de energia do Presidente Obama pretende dar o pontapé inicial para a grande revolução energética que a Humanidade precisa empreender para que a atividade econômica agrida menos ao meio ambiente, para que o sustento da geração presente não se faça ao custo de oportunidade da destruição da Humanidade e da própria vida na face da Terra.
As duas outras áreas de investimento do plano lembram-me o famoso verso de Juvenal, o vate romano, mens sana in corpore sano. Corpo e Mente, a revolução humanística, que transformará a sociedade humana e transformará a Economia, o Direito, a Política e a Ética.

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