quinta-feira, 19 de março de 2009

66. A Lei da Atração (continuação)


O segredo é a lei da atração. O Universo é baseado em atração.

O Universo é baseado na lei da atração e da repulsão, segundo a física clássica e a física quântica. Não apenas na lei da atração. O magnetismo é atração. A eletricidade é atração e repulsão. Ambos são energia eletromagnética. Aliás, todos os tipos de energia são da mesma natureza. Todos são ondas e partículas, ou partícula-onda. Até, a luz, essa energia que se diz não ter massa, não ter peso, é partícula-onda. O elétron é partícula-onda. O próton é partícula-onda. Somente a estranha energia gravitacional ainda não foi equiparada aos demais três tipos de energia existentes. A gravidade é uma força de ação imediata: seus efeitos surgem imediatamente, não necessitam de tempo para aparecer, como no caso dos outros três tipos de energia, postas as massas e imediatamente surge a atração da gravidade. A ciência suspeita da existência de grávitrons, partículas de energia gravitacional, sem que tenha havido sucesso em captá-las por experimentos. Mas, um dos objetivos dos estudos da Física atualmente é conseguir unificar os quatro tipos de energia.
Como se vê, essas denominações de energia, massa, partícula, onda, partícula-onda, são formas como nós homens tentamos entender o Universo. São produtos resultantes das atividades do objeto e do sujeito, da natureza e do homem, da coisa e da mente. Não é exatamente o que a coisa é. É a coisa como nós percebemos e entendemos, ou tentamos entender. Já é a coisa externa transformada pelo que nós somos, pela nossa mente, o instrumento que temos para nos relacionar com o exterior e sobreviver.
Vejamos resumidamente como conhecemos. O principal órgão sensorial do homem é o da visão. A visão só vê durante o dia. À noite nada vê. Por quê? Por que a visão só é estimulada pela luz refletida pelos objetos. A visão é um fenômeno interior ao indivíduo humano, provocado por apenas um dos muitos tipos de radiação eletromagnética. A energia luminosa entra no ser humano pelos olhos e as células apropriadas dos olhos a transformam em energia eletroquímica analógica. As ramificações nervosas transformam essa energia eletroquímica analógica em energia eletroquímica digital. Essa corrente de energia eletroquímica digital, que funciona como sinais diversificados, percorre os canais nervosos, passa por uma central nervosa, o tálamo, que a envia para células nervosas específicas que se situam no lobo occipital (a parte traseira) do cérebro. Aí, milhões de células nervosas reúnem esses sinais digitais e transformam-nos em uma paisagem, que é a visão. A corrente eletroquímica, portanto, provoca uma reação, uma resposta, que é a imagem sensorial visual no cérebro, que se contempla como a própria coisa, o próprio objeto. E a pessoa diz: eu estou vendo Copacabana! E eu pergunto: por que vendo Copacabana e, não, estou construindo Copacabana? Simplesmente porque eu tenho a experiência sensorial de que essa construção é provocada por algo exterior a mim e porque essa construção é semelhante para a grande maioria de todos que experimentam a mesma sensação de visão. É muito semelhante, mas não é precisamente idêntica. Essa sensação, diz o senso comum, foi comandada de fora. Mas, ela foi, em grande parte, construída pelo nosso aparelho de visão. Isso que vemos não é precisamente o que está lá fora. A realidade, o que está lá fora, foi transformada pelo nosso aparelho de visão. E até que ponto foi ela transformada? Isso cabe à Ciência discernir.
E o que é que veio de fora e entrou pelos nossos olhos? Dizem os cientistas que a radiação luminosa, um dos muitos tipos de energia eletromagnética. E o que é essa energia eletromagnética? A ciência diz que é uma onda que se propaga pelo espaço. Mas, no espaço existem muitas regiões que têm vácuo. Como pode formar-se essa onda, se no vácuo não existe água nem ar? Nele não existe um meio que forme essa onda e nele se propague. Os cientistas, antes de Einstein, diziam que o vácuo continha o éter. Nem eles sabiam o que era o éter. O éter tinha que existir simplesmente para explicar a propagação das ondas eletromagnéticas luminosas a 300 mil quilômetros por segundo no vácuo. Einstein simplesmente disse que onda é onda, isto é, onda se propaga porque é onda (isto é, uma perturbação, um desequilíbrio, uma oscilação. Mas, perturbação de quê?). Onda não precisa de meio, como água e ar, para ser onda nem para propagar-se. Assim, a Copacabana que eu vejo (água, montanhas, areia, vegetação, barcos, edifícios, calçadão, Avenida Atlântica, pessoas, carros e firmamento) é um fenômeno mental, estimulado, segundo a ciência, por ondas eletromagnéticas, um fenômeno algo misterioso até para os cientistas, refletidas por coisas que os cientistas afirmam ser aglomerados de partículas-ondas. E isso seria Copacabana, fora de mim, conglomerados de partículas-ondas, interagindo de forma regular e prodigiosa, e radiação eletromagnética. A Copacabana, que está na minha mente, eu sei exatamente o que é: são todas as sensações que ela me provoca. E a Copacabana que está fora de mim? O que ela é exatamente? Eu sei o que a Ciência diz que ela é. Mas, a Ciência é apenas um modo de conhecer, o modo mais perfeito de conhecer, porque baseado no experimento, e o mais preciso, porque tem a precisão matemática. A Ciência pode mudar e ela muda. E o próprio conhecimento é transformação, é um produto da ação da dupla sujeito-objeto.
Os organismos, plantas e animais assimilam e excretam. A respiração é aglutinação e eliminação. A atração e a repulsão, as duas juntas, são as forças que produzem e constituem o Universo onde vivemos. O Universo é o que é, não apenas em razão da energia positiva. No momento atual, a força expansionista do Universo vai superando a energia da atração (gravitacional) que formou os trilhões de trilhões de astros e galáxias que o compõem. Alguns cientistas afirmam que, ao fim, a força de atração suplantará a da expansão. Mas, para Einstein, nem existe a força de gravitação como uma força de atração, inerente à massa dos corpos existentes. A força gravitacional, segundo ele, apenas curva o ambiente que cerca um corpo.
Energia positiva e energia negativa são meras denominações da Ciência Física, em razão dos cálculos matemáticos necessários (como no modelo de geometria analítica) para se obter a precisão exigida pelo conhecimento científico. São meras formas humanas férteis da percepção da realidade. Essa denominação não tem nenhuma conotação de ordem moral: não existe uma energia boa e outra energia má, ambas são coisas físicas que podem ser bem ou mal usadas pelo homem. Curioso que a energia positiva tanto atrai como repele, no estudo do eletromagnetismo: corpos com a mesma carga se repelem, corpos com carga contrária se atraem. A energia positiva atrai a energia negativa, enquanto energia positiva repele energia positiva, e energia negativa repele energia negativa.
No mundo psicológico e no mundo moral, também precisamos da atração e da repulsão. A atração e a repulsão são formas instintivas de percepção necessárias para a sobrevivência do indivíduo. Sem a repulsão não fugimos nem nos defendemos do que nos faz mal, não sobrevivemos. Os sistemas endócrinos e imunológicos têm importantíssimo papel na sobrevivência do indivíduo, sistemas de alerta, de defesa, de fuga e de repulsa. Lá, no interior do cérebro, no sistema límbico, existe a amígdala, o órgão da raiva e do medo, ali posta pela natureza para se ter coragem de atacar, quando a necessidade de sobrevivência individual exigir a atitude do ataque, ou esperteza para fugir quando a fuga for a melhor defesa da vida. Quando os níveis de dopamina e serotonina são baixos, os indivíduos entram em estado de profunda depressão. Nesses casos, a cura se obtém com medicamentos que restabelecem os níveis normais desses neurotransmissores.
Por certo, que o sucesso individual reside no conjunto de qualidades, que dotam o indivíduo humano com personalidade ajustada para o hercúleo empreendimento, que é uma vida de realizações para o bem próprio, da família e da sociedade. Esse sucesso não se obtém através de uma energia que simplesmente atraia tudo o que constitui o sucesso. O sucesso é fruto de duas forças, a constituição física e mental doada pela natureza (a hereditariedade) e a cultura individual (a longa experiência vivencial do indivíduo). O sucesso exige inteligência, conhecimento, ambição, competência, disposição, planejamento, determinação, idealismo e realismo, capacidade de convivência, liderança e trabalho constante e ingente. O sucesso se conquista, não se atrai.
(continua)

Nenhum comentário:

Postar um comentário