quarta-feira, 11 de março de 2009

58. Mensagem a Meus Amigos 2 (a pedido, continuação)


Passados quase dois milênios, no século XIX EC, no caudal desse movimento cultural que gerou a produção do conhecimento científico, a humanidade se interessou vivamente pela atividade psíquica. A Psicologia científica principiou na Alemanha com Wilhelm Wundt, e o estudo da atividade mental se ampliou extraordinariamente nestes dois últimos séculos, traduzindo-se em diversas abordagens da questão que se expressam na sucessão de escolas: o Estruturalismo de Titchner, o Funcionalismo de William James, o dominante Behaviorismo de John Watson e Skinner, a Gestalt de Max Wertheimer e Wolfgang Köhler, a Psicanálise de Sigmund Freud e, nas últimas décadas, graças ao progresso da tecnologia, a Neurociência.
A Psicologia avançava com base na Neurologia que estudava a anatomia, a fisiologia e a bioquímica do cérebro humano, utilizando-se da vivisseção dos cérebros de animais e do estudo das patologias apresentadas pelo cérebro humano.
Por outro lado, na França, Charcot amenizava temporariamente grande número de doenças mentais utilizando a hipnose e, em Viena, o seu discípulo Sigmund Freud criou uma abordagem terapêutica para cura de determinadas doenças mentais, através da devassa do inconsciente.
Os procedimentos de Sigmund Freud foram revolucionários e encontraram resistência, sobretudo do grupo de neurologistas de Berlim. Para a Neurologia tradicional era difícil entender que um distúrbio neural não tivesse base anatômica, fisiológica ou na bioquímica celular. A técnica terapêutica de Freud afirmava que certos distúrbios mentais não teriam base neural. Eles seriam conseqüências de meros traumas de infância, relacionados com a libido, isto é, os sintomas afetivos da atividade sexual. Mas, tanto a Psicologia quanto a Neurologia e a Psicanálise de Freud acatavam o princípio científico de que os fenômenos patológicos eram biológicos naturais, tinham causas naturais e se explicavam por outros fenômenos naturais. A divergência consistia no fato de que para os neurologistas e psicólogos a mente é o cérebro, e para Freud a mente parecia ser algo diferente do cérebro. Neurologistas e Psicólogos usavam o método científico: experimentação e precisão matemática. Freud usava apenas a experimentação. Em certa medida, a psicanálise é um corpo estranho no seio das ciências positivas e exatas. O que a justifica é que ela funciona até certo ponto.
(continua)

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