sábado, 25 de abril de 2009

102. O FMI


O Fundo Monetário Internacional é uma associação resultante da decisão livre e soberana de muitas nações, ao fim da Segunda Grande Guerra, com o objetivo de conseguir cada uma o seu crescimento econômico particular. A finalidade é o proveito econômico próprio. O meio é que consiste no bem comum do crescimento das trocas internacionais. O desenvolvimento econômico de cada nação é também função do incremento dos negócios internacionais.
Mas, o crescimento dos negócios internacionais é função de balanço de pagamento equilibrado num sistema multilateral de pagamento. É inconcebível e inviável só importar como é também só exportar. É inviável o balanço de pagamento perpetuamente deficitário. Tudo isso constituiria entrave à ampliação dos negócios internacionais e, portanto, ao desenvolvimento econômico de cada nação. Urge, pois, defender o sistema multilateral de pagamentos internacionais e a estabilidade cambial. O déficit permanente do balanço de pagamentos leva ao colapso cambial definitivo, percorrida a via do endividamento inquitável.
O desejo que conduziu soberanamente cada nação a participar dessa associação livre, que é o FMI, foi formar recursos, através da contribuição de cada parceiro, rapidamente canalizáveis para a solução, em curto prazo, de eventual problema cambial de um sócio.
Os recursos são emprestados, desde que o sócio os deseje e dele necessite, mas, é óbvio, sob a condição de que o mutuário assuma compromissos claros e definidos conducentes a remover as causas que provocam a crise cambial. O empréstimo é livremente contraído. O credor, porém, sempre exige compromissos do devedor. Caso contrário, não seria empréstimo. Seria doação. No caso específico do FMI, os compromissos envolvem medidas econômicas que extirpem as causas da crise cambial, no mais curto prazo, segundo os princípios aceitos da ciência econômica.
Quem detém os próprios cânones econômicos, discrepantes daqueles adotados pelo FMI, para a solução de sua crise cambial ou sai do FMI ou ensina-os, tornando-os aceitos pela comunidade internacional!... Ser sócio do FMI, atravessar crise cambial e não recorrer ao FMI é desperdício, incongruência e insanidade.
(Publicado no ano de 1987)

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