sexta-feira, 16 de janeiro de 2009

5. O Conhecimento na Idade Média



O cristianismo surgiu no mundo helênico greco-romano. Encontram-se fugidios laivos do pensamento dos filósofos gregos, Platão e Aristóteles, nos escritos do modelador da doutrina cristã, Paulo de Tarso. A idéia de uma outra vida, muito superior à presente e eterna, é fundamental na filosofia platônica. Os padres do cristianismo estavam imbuídos da crença cristã, mas eram muitos deles pessoas cultas, que conheciam a filosofia grega. Durante mil e seiscentos anos, a Humanidade comportou-se segundo o modelo ético da concepção monacal da vida, consubstanciada na visão do mundo herdada, aperfeiçoada e legada pelo Papa monge, Gregório Magno, no século VI.
A concepção monacal da existência encara a vida humana terrestre como período probatório, cheio de trabalho e doença, tendo a morte como término. O homem precisa comportar-se eticamente para merecer alcançar, após a morte, o Céu, a vida eterna de felicidade. O homem que não agir eticamente irá, após a morte para o Inferno, a vida eterna de tormentos inimagináveis.

Mais. Gregório Magno adotava a idéia de Agostinho, o famoso monge africano, de que Deus conferiu uma organização à sociedade humana: uns poucos nascem para mandar, a grande multidão para obedecer. Todos sofrem, uns mais, outros menos. Assim, a alguns é conferido o papel de reis e de nobres, e à grande maioria é destinado o papel de povo. Uns viverão nos palácios e sendo servidos. A grande maioria viverá nos casebres e servindo. Uns viverão na riqueza e na diversão. Outros viverão na pobreza e no trabalho. Uns conseguirão o Céu na indigência e na doença. Outros conseguirão o Céu no conforto e no prazer. O rei e o nobre apenas terão que ser compadecidos para com o sofrimento do povo. O povo, esse terá que viver conformado com a desgraça. Mas, ambos, nobreza e povo, alcançarão o Céu, se souberem viver no amor recíproco. Foi outra grande verdade.
Mas, a corrente freática da filosofia grega continuou a fluir até que assomou no século XIII nas obras de Tomás de Aquino, que cristianizou Aristóteles. A filosofia, serva da crença cristã, foi outra grande verdade.

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