sexta-feira, 15 de maio de 2009

122. Câmbio e Economia (continuação)



Em Bretton Woods, em 1944, mais de quarenta nações soberanamente se reuniram e criaram o Fundo Monetário Internacional (FMI) e o Banco Internacional de Reconstrução e Desenvolvimento (BIRD). Os Estados Unidos haviam então firmado sua hegemonia mundial, detendo a quase totalidade das reservas mundiais de ouro e o poder bélico da bomba atômica. A Europa e a URSS haviam sido devastadas pela guerra. O Japão era igualmente um país derrotado sob o trauma de duas explosões atômicas em seu próprio solo, com o poder de devastação nunca antes imaginado pelo homem. Várias dezenas de milhões de pessoas foram mortas na guerra e outro tanto mutilado. O mundo era agora diferente. Os ingleses, que haviam lutado nos campos de batalha, reclamavam moradia e serviço médico gratuito.
O BIRD dedicou-se, de imediato, à reconstrução da Europa Ocidental e do Japão. Os Estados Unidos elaboraram o Plano Marshall doando mais de 11 bilhões de dólares para a recuperação da Europa. O FMI tratou de criar um sistema monetário internacional que desse a cada país-membro (somam hoje mais de 150 países associados, inclusive nações comunistas) o ensejo de usufruir das vantagens do desenvolvimento proporcionadas pelo mercado internacional.
O Fundo Monetário Internacional é, na sua essência, uma associação de nações que espontânea e soberanamente se agruparam para criar um mercado internacional livre e fluente, porque cada uma dessas nações julgam que o mercado internacional é fator importantíssimo para o seu progresso individual. O FMI foi inspirado e fundado sob a idéia econômica tradicional e clássica de que o mercado internacional tanto mais promove o desenvolvimento de cada nação, quanto mais livre e amplo ele é. O FMI é antagônico às práticas nacionalistas xenófobas e protecionistas que coarctam o mercado internacional e impedem a competitividade sob a égide da eficiência, da produtividade. Para se alcançar esse mercado internacional amplo e desobstruído, criou-se, como dissemos, um sistema monetário internacional, chamado padrão ouro/dólar, inspirado no antigo padrão-ouro vigente antes da Primeira Guerra Mundial onde as moedas nacionais se articulavam também através das taxas de câmbio praticamente fixas.
(continua, palestra proferida no ano de 1988)

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