segunda-feira, 23 de fevereiro de 2009

42. O Sonho da Dinastia de Avis (continuação)


Os navios de Cabral

A armada portuguesa contra Ceuta era formada principalmente de galés, navios de guerra herdados dos gregos e romanos, impulsionados a remo, às vezes auxiliado por vela, cujo emprego se estendeu até o final do século XVII. Eram longas, estreitas, rápidas, pouco emergindo sobre a água, mas dificilmente manobráveis em águas agitadas. Havia-as unirremes, birremes e trirremes, conforme o número de fileiras de 15 a 30 remos de 15 metros de comprimento movidos por até sete homens, armadas em cada bordo.
Gil Eanes transpôs o cabo Bojador numa barca, utilizada pelos portugueses nas primeiras viagens exploratórias. Era uma embarcação pequena, com capacidade para 25 tonéis, usada na navegação fluvial. Tinha uma coberta, um ou dois mastros, velame quadrangular, e em casos excepcionais era movida a remo.
A seguir, eles desenvolveram a caravela, pequeno cáravo (lagosta ou caranguejo do mar). O cáravo era um pequeno barco de pesca árabe, com capacidade para 50 tonéis e usado na navegação fluvial ou costeira na orla do Mediterrâneo até o século XVII. A caravela era um navio leve, com popa alta e proa baixa, casco esguio, quilha longa, com capacidade de 20 tonéis. Equipada de velas latinas e velas redondas, podia alcançar grande velocidade, manobrar mais facilmente que qualquer outra embarcação e mover-se com facilidade a favor do vento e contra ele. O pequeno calado permitia-lhe navegar próximo à costa e entrar nos pequenos portos em qualquer emergência. O melhor navio do seu tempo, foi a maior obra da indústria lusitana e iniciou nova era na história da navegação.
D. João II armou as caravelas com perto de 30 bocas-de-fogo e no comando de uma delas, com capacidade de 50 tonéis já, Bartolomeu Dias chegou ao cabo de Boa Esperança. A frota de Cabral constava de 10 naus e 3 caravelas. Eram caravelas redondas, desenvolvimento do projeto primitivo.
As naus, evolução das caravelas exigida pela intensificação do comércio intercontinental, chegaram a ter capacidade de 600 tonéis e foram os navios mais usados no auge das expedições marítimas. Posteriormente as necessidades do comércio exigiram embarcações ainda maiores, os galeões, com capacidade de até 1.200 tonéis e 40 bocas-de-fogo.
(continua)

Nenhum comentário:

Postar um comentário